Reflexão do Evangelho de Sábado – 01 de Março
Reflexão do Evangelho
de Sábado – 01 de Março
Mc.10, 13-16: Jesus e
as crianças
Jesus se vê rodeado
de crianças, trazidas pelos parentes, a fim de Ele lhes impor as mãos. Sinal de
transcendência sagrada, contato salvador de Jesus com a humanidade, cujo efeito
é testemunhado pela hemorroíssa, ao tocar suas vestes, e pelo surdo-mudo,
tocado por Ele. Esse aspecto sensível faz parte integrante da realidade humana.
Também, em nossos dias, é forte a necessidade de tocar, de sentir a presença da
graça e de receber uma bênção pela imposição das mãos.
Das
crianças é o Reino de Deus, proclama o Evangelho. Elas confiam em Jesus e suas mães desejam que Ele
lhes conceda proteção e a graça divina. Escreve S. Epifânio: “As crianças
ignoram a maldade, pois não sabem pagar o mal com o mal. Não sabem como
prejudicar alguém”. Apolinário de Laodiceia observa: “O que a criança tem por
natureza, Deus deseja que tenhamos por escolha: confiança, simplicidade, não
guardando rancor face aos erros alheios, tendo amor pelos pais, ainda que
castigados por eles”. Jesus ama as crianças e ensina seus discípulos a
imitá-las, pois se tornam dignos do Reino de Deus todos os que a elas se
assemelham e cultivam o “espírito de criança”. Urge obstar-lhes a frieza e a
indiferença, e sim levá-los a responder ao amor com amor, pois amar a Deus não
é um dever, é gratidão por se sentir amado por Ele.
A
confiança singela e a docilidade, naturais na criança, vividas por nós constituem
força de ressurreição, de vida nova, penetrando e transfigurando suavemente a
nossa natureza criada, porque o próprio Senhor estará nos abençoando e nos
acolhendo em seus braços amorosos, firmando em nosso coração uma profunda
convicção: só podemos entrar no Reino de Deus, caso formos humildes e
reconhecermos que nós dependemos dele. Não somos estranhos a Deus, muito menos
insignificantes, mas herdeiros das riquezas do Céu e, como as crianças, nós
temos um lugar especial na comunidade dos irmãos e, no silêncio do nosso
coração, exclamamos: Pai, Abba, Paizinho.
O Pai nos abraça e,
em Jesus, revela seu infinito amor para conosco, contanto que, como exorta S.
Basílio Magno, “cultivemos a confiança e a humildade. Então, iremos experimentar
a ternura e o amor que Deus tem para com seus filhos (crianças), acolhidos e
abençoados”.
Dom Fernando Antônio
de Figueiredo, OFM
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