Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 06 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 06 de Fevereiro
Mc 6, 7-13 – A missão dos Doze
          
         Convocando os Doze, Jesus os “envia a proclamar o Reino de Deus e a curar”. A ação do Mestre se estende e se multiplica, delineando a futura missão dos Apóstolos, que deverão levar sua mensagem por todo o mundo. Com ênfase, Ele recomenda-lhes não levarem nada consigo, pois os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. Porém, nas areias áridas do desprendimento, suspirando por um refrigério, oásis de Paz, eles miram nos horizontes o vulto do Senhor, que os proverá. “A glória deles, reflete S. Cirilo de Alexandria, não é a de não possuírem nada, mas a de se colocarem nas mãos divinas”. Recupera-se, então, o sentido original de renúncia como adesão existencial profunda, o que lhes permite contemplar, no cumprimento da missão confiada pelo Senhor, a aurora da alegria sobrenatural. E como discípulos, fiéis seguidores de Jesus, eles se assemelham a Ele que lhes “ordena dar gratuitamente o que gratuitamente eles tinham recebido”.
         No despojamento e na simplicidade, os Apóstolos compreendem que o verdadeiro milagre é viver e proclamar o amor. Assim se explica o entusiasmo deles em anunciar o amor “agápico” e em cumprir o apelo do Senhor: dar gratuitamente. Experiência misteriosa e única. O amor ao próximo é para eles sintoma da aquisição do verdadeiro amor a Deus, que é infinita generosidade e bondade.
Por conseguinte, o mandato do Senhor de “dar gratuitamente o que gratuitamente receberam” corresponde à ordem de evangelizar, pois evangelizar não é um capricho sentimental, mas é viver o amor, movimento da alma, “energia divina”, que inflama a alma sem cessar e a reúne a Deus pela força do Espírito Santo. S. João Clímaco, mais tarde, exclamará: “Tu feriste minha alma, ó Amor, e meu coração não pode suportar tuas chamas. Avanço, louvando-te”. Eis a missão dos Apóstolos. Eis a nossa missão. Nesse sentido, S. Isaac Siríaco assevera: “O sinal seguro para reconhecer os verdadeiros anunciadores do Evangelho é não lhes parecer suficiente o fato de serem, porventura, entregues, dez vezes ao dia, às chamas por sua caridade para com o próximo”. No amor, os Doze anunciam e vivem o Evangelho.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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