Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 07 de Fevereiro
Reflexão do Evangelho
de Sexta-feira – 07 de Fevereiro
Mc 6, 14-29 - Morte
de João Batista
O Evangelho de São
Marcos, de onde foi retirada a citação acima, relata a morte de João Batista
como uma espécie de prelúdio à missão redentora de Jesus. Ele é apresentado
como precursor do Cristo por sua morte, como o foi por sua pregação. Muitos
cristãos chegam a apontar semelhanças entre os dois. Ambos foram profetas e
ambos testemunharam a verdade, ao preço de sua própria vida. João Batista foi
assassinado por ordem de Herodes, e Jesus, depois de ser entregue a Pôncio
Pilatos por seus adversários, morreu na cruz.
Quantos seguiram
Jesus no martírio, fortalecidos em seus corações pelo amor a Deus e por sua
verdade! João Batista preferiu afrontar o ódio do rei, em vez de negar os mandamentos
de Deus apenas para adulá-lo. Embora aconselhado por João a deixar o pecado do adultério, porque Herodes vivia em concubinato
com a mulher do próprio irmão, o rei preferiu livrar-se do homem que o advertia de seu erro. Observa São Pedro Crisólogo: “A
virtude torna-se indesejável para aqueles que são imorais; a integridade é
motivo de sofrimento para os corruptos; a misericórdia é intolerável aos
cruéis”.
Orígenes
descreveu os últimos momentos da vida de João Batista, mostrando que o profeta
morreu com a certeza de dever cumprido: “João reprovava Herodes com a liberdade de
um profeta. Levado à prisão por causa disso, não temia a morte, mas somente
pensava no Cristo que ele tinha anunciado. E não podendo ir ao seu encontro,
envia dois de seus discípulos para interrogá-lo: ‘És tu aquele que deve vir?’.
Os discípulos retornam, relatando ao seu mestre o que o Salvador tinha dito.
Então, João, armado para o combate, morre com segurança”.
O poder de Deus é
amor, e o amor quer a liberdade do amado. Tudo depende da decisão pessoal de
cada um. É o admirável apelo à conversão, ao qual Herodes permaneceu
insensível. Com sua morte, João Batista proclama que a fé ultrapassa os
conceitos meramente humanos e se concretiza, antes de tudo, na comunhão com o
Deus vivo. Em Deus o pecado é banido e a morte é vencida. A vitória é da vida,
da vida nova em Jesus.
Será
que estamos prontos para morrer por Jesus, por Sua verdade e por Sua justiça? Para
isso é importante ter uma consciência esclarecida e uma vontade vigorosa. Só
assim reconheceremos o pecado e rejeitaremos decididamente o mal. Ao escolher o
bem, estaremos “procurando a santidade, sem a qual ninguém pode ver a Deus” (Hb
12,14).
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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