Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 14 de Fevereiro
Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 14 de Fevereiro
Mc 7, 31-37: Cura do surdo-mudo
Ao realizar o milagre da filha da
cananeia, Jesus demonstra curar sem ter contato
direto com a pessoa. Basta o poder de sua Palavra. Herodes julga ser Ele o
profeta João Batista, que teria voltado à vida, pois os anjos ou as forças do
Reino celeste “agem nele”. Os discípulos ainda se sentem comovidos pelo fato de
tê-lo visto caminhando sobre o mar. Para a comunidade cristã realiza-se a
promessa do profeta Isaías: “Então se abrirão os olhos dos cegos, e os ouvidos
dos surdos se desobstruirão” (35,5).
Agora, em território pagão, na
Decápole, as multidões se maravilham diante de suas palavras e milagres. O
divino Mestre manifesta a beleza e a bondade de Deus, curando um surdo-mudo. Tocando-lhe
os ouvidos e a língua, diz-lhe: “Effatha”, que quer dizer: “Abre-te!”, para
significar a cura da surdez física, sobretudo, para expressar a abertura do
coração à fé, que exige “escuta” e discernimento para crer no que não se vê. Escreve
S. Paulo: O ato de fé se realiza “na confissão dos lábios que Jesus é o Senhor”
(Rm 10,9). Referindo-se ao fato de o milagre se ter realizado em terras
estrangeiras, S. Gregório Magno destaca que “em seu ministério de soltar as
línguas e de abrir os ouvidos, o Senhor apontava para o tempo em que todas as
nações iriam escutar e falar da vinda do próprio Deus em Pessoa”.
A fé exige crescimento constante.
Também os Apóstolos deverão chegar, a pouco e pouco, à fé integral e autêntica.
Por isso, é significativo o fato de se dizer que o surdo-mudo começou a falar
“corretamente”. Expressão que indica não só ter ele articulado bem as palavras,
mas de ele estar atento à mensagem do Senhor, que o toca interiormente. Os ensinamentos
e os valores transmitidos pelo Evangelho são, assim, considerados no jogo da
presença e da ausência do sentido de sua vida em Cristo. O surdo-mudo
converte-se e, no caminhar da fé, ele irá abraçar a vida como expressão da
Palavra amorosa de Deus.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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