Reflexão do Evangelho do dia 03 de Dezembro de 2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Segunda-feira – 03 de
dezembro
Mt 8, 5-11 – A cura
do servo do centurião
O
centurião romano suplica a Jesus: “Meu criado está deitado em casa, paralítico,
sofrendo dores atrozes”. Jesus o conforta e o consola, dizendo-lhe: “Eu irei
curá-lo”, pois, comenta S. Agostinho: “O Senhor não quer, simplesmente, entrar
na casa daquele homem. Ele deseja entrar em seu coração”. Ele representa alguém
que reza com fé ardente e vai a Jesus com total confiança. O evangelista S.
Mateus descreve o servidor “sofrendo dores atrozes” e o centurião, alto
personagem, como alguém de profunda humildade, que, diante da atitude generosa
do Senhor, diz-lhe: “Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto; basta
que digas uma palavra e o meu criado ficará são”.
Uma
palavra basta, porque é “tua” palavra e ela é soberanamente eficaz. O militar
pagão reconhece em Jesus o poder e a misericórdia de Deus. Diz S. Agostinho: “É
necessário ater-se ao médico, que vem para curar as enfermidades da alma”. O
centurião emite um ato prévio de fé. Ele crê no poder de Jesus e nele confia
não como um milagreiro, mas como sendo o Filho de Deus. Por isso, declara S.
João Crisóstomo: “O centurião confiava, cheio de esperança, que seu servo seria
curado”.
O sereno
convencimento do oficial funda-se, unicamente, na eficácia divina da palavra de
Jesus. Daí o fato de ele não se sentir intimidado ao procurar ajuda de um
pregador itinerante da Galileia, mesmo diante do risco de ser considerado
ridículo pelos seus pares. Admirado, Jesus exclama: “Em Israel, não achei
ninguém que tivesse tal fé”. Sua fé era sincera e refletia total confiança na
autoridade de Jesus e no seu poder de curar. Esta fé em Jesus e o carinho dele
para com seu servo são extraordinários, levando Jesus a declarar: “Virão muitos
do oriente e do ocidente e se assentarão à mesa no Reino dos Céus”. S. Hilário
de Poitiers observa: “O mistério da salvação dos pagãos se realiza no servo do
centurião, sem que Cristo tenha entrado em sua casa. Ele representa todos os
que estão neste mundo”, membros do Reino pela fé, não pela raça. Por isso, até
hoje, a cada um de nós, Jesus dirige as palavras ditas ao centurião: “Vai! Como
creste assim te seja feito!”
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