Reflexão do Evangelho do dia 11 de Dezembro de 2012
Reflexão de Dom Fernando Antônio
Figueiredo para:
Terça-feira – 11 de dezembro
Mt 18, 12-14 – A ovelha desgarrada
No relato da ovelha desgarrada os
verbos “buscar-encontrar” revelam, antes de tudo, a iniciativa do Pastor e o
seu cuidado para com todas as ovelhas. Observa S. Máximo: “Ele não se esquece,
nem mesmo da mais insignificante, pois Ele se recorda de todas”. S. Ambrósio,
num lampejo brilhante de visão espiritual, observa que “os ombros de Cristo,
sobre os quais ele coloca a ovelha perdida, são os braços da Cruz, que abraçam
a todos, pois ele veio salvar, justamente, aquele que estava perdido”. As
palavras do Senhor nos lançam nos espaços do amor de Jesus para com os
“pequenos”, pois em seu coração palpita o divino desejo de que nenhuma das
ovelhas se perca. Jamais escandalizar ou deixar de acolhê-las, pois, enlaçadas
nos braços ternos do Pastor, ele as conhece e chama cada uma “por seu nome”
próprio, insubstituível. A dor e a ansiedade do pastor se transformam em
alegria ao encontrar a ovelha que se perdera.
Jesus veio em busca dos pecadores. Por
conseguinte, a causa de regozijo não é a perda deles, mas é o encontro de quem
se perdera. No Evangelho de S. João, o Bom Pastor demonstra sua ternura, velando
para que nenhum de seus discípulos se perca. S. Efrém vê nestas palavras a
atitude de Jesus que “vê os pecadores e os chama para sentarem-se ao seu lado.
Espetáculo admirável: os anjos o temem, por causa de sua grandeza, e os
pecadores comem e bebem com Ele”. Refletindo sobre esta parábola, S. Basílio
escreve: “O bom Pastor vai em busca de ti e se tu te dás a ele, ele não
hesitará e não desdenhará na sua bondade em te colocar sobre seus ombros,
alegrando-se por ter encontrado a ovelha que estava perdida. E se alguém
protesta que foste acolhida imediatamente, o próprio Pai falará em tua defesa dizendo:
‘É necessário festejar e alegrar-se, porque esta minha filha estava morta e
agora retornou à vida, estava perdida e foi reencontrada’”.
Se o Pai preocupa-se com os
pequeninos, quanto desvelo, apreço e carinho deveriam ter por eles os discípulos
de Jesus! Eles não serão jamais causa de escândalo, nem serão coniventes com os
que o provocam, pois para entrar no Reino dos céus é essencial ser íntegro e
misericordioso. Não se despreza ninguém, mas ama, principalmente, os mais
insignificantes, que estão sob a proteção de Deus.
De fato, é preciso envidar esforços para
reconduzir ao redil os que se desviaram e estão desgarrados, pois, segundo o
profeta Jeremias, Deus guia com suavidade as ovelhas perdidas, amadas por ele.
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