Reflexão do Evangelho do dia 12 de Dezembro de 2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Quarta-feira – 12 de
dezembro
S. Lc 1, 39-47 - Visitação de N. Senhora (N. Senhora de
Guadalupe)
A saudação do anjo a
Maria, “Ave, cheia de graças”, salienta que a graça divina habita em sua vida,
desde sempre. O pecado significa fechar-se a Deus e aos irmãos. Ao invés, o
coração de Maria é voltado para o Senhor em total sintonia com a sua vontade:
“Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade”. Não há nela
qualquer sinal, por menor que seja, de egoísmo ou de fechamento aos desígnios
do Pai. E por estar entregue a Deus, ela é toda disponível aos seus
semelhantes. Por isso, destaca-se a presteza com que se encaminha à casa de
Isabel. Imediatamente vai ao seu encontro para servi-la. Comenta S. Ambrósio:
“Maria é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir seu
dever de parente e pela pressa do júbilo”. Ela é repleta de Deus no serviço a
todos.
Na grandeza de sua
generosidade, Maria serve sua prima. Doação graciosa e humilde, manifestada no
“Magnificat”, cântico de agradecimento pelas maravilhas realizadas em sua vida:
“Minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador,
porque olhou para a humildade de sua serva”. A “cheia de graça” está unida ao
Filho do Altíssimo, que, em seu ventre, revela-se frágil, na regência da
bondade e na limpidez da benevolência. A
criatura se sintoniza com o seu Criador. “Seu Senhor e Deus” não se manifesta
em majestade e força, mas na benignidade e gratidão daquele que serve. Ela
acolhe “o Filho muito amado” e louva-o na jovialidade de ser como só ele
consegue ser: todo serviço no amor. Na sinceridade do seu coração, Maria serve
Isabel. Com o grande professor do século XII, S. Anselmo, confessamos: “Sem o
Filho de Deus nada existiria, sem o filho de Maria nada seria redimido”.
Maria Santíssima
coloca-se a serviço de todos, para conduzi-los ao seu Filho Jesus. Sua mediação
é essencialmente mediação materna, que se repete perpetuamente através da
história. Em Guadalupe, ela manifesta-se a Juan Diego e conduz o Bispo Dom Juan
de Zamárraga a convencer-se de sua ação em prol das pessoas, deixando sua
assinatura: “Pouco depois de as flores caírem no chão, de repente apareceu
milagrosamente impressa no poncho a bela imagem da Mãe de Deus, da mesma forma
como está e é guardada no seu templo de Tepeyac, e que tem o nome de
Guadalupe”. E não só o tio de Juan Diego
ficou curado, mas também muitos outros, através dos tempos, foram levados por
suas bondosas mãos ao coração amoroso do Redentor. Pois nela, por sua
intercessão, atua a ação redentora do seu Filho Jesus.
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