Reflexão do Evangelho do dia 24 de Dezembro de 2012
Reflexões de Dom Fernando Antônio
Figueiredo para:
Segunda-feira - 24 de dezembro
Lc 1, 67-79: Benedictus - Nada é
impossível a Deus
Será que nos sentimos felizes,
alegres e cheios de esperança com o anúncio do Evangelho? A vinda do Senhor
Jesus, fonte de júbilo interior, é a realização das promessas de Deus. O Pai e
o Filho enviam o Espírito Santo, referido por Jesus ao longo de sua missão
pública. O Espírito conduz a criatura à fonte de vida, à liberdade do Mistério,
na rica diversidade de suas manifestações. O Mistério não é o estranho
longínquo, o abstrato e o enigmático.
Ele é o “habitat”, a realidade mais íntima de cada um de nós. Tal
sentido foi conservado na língua alemã. Geheimnis, mistério, refere-se a um
conjunto ou a uma presença intensa (ge) daquele que é acolhido em sua morada
(heim) interior. Assim, no âmago da existência, reconhecemos nossa origem em
Deus, manancial inesgotável de sentido e de esperança. É a mística experiência
do Inefável. Ele nos envolve e as sendas percorridas por nós, ao longo da vida,
não nos são dadas a conhecer previamente. Predomina, então, o olhar admirativo
na expectativa do que há de vir. Porém, na certeza de que o impossível a nós é
possível a Deus.
Isabel, mulher estéril e de idade, dá
à luz um filho, João Batista. Ao ser circuncidado, no oitavo dia, segundo
costume judaico, seu pai Zacarias, antes mudo, ficou repleto do Espírito Santo
e louvava a Deus. Uma Virgem, chamada
Maria, concebe um filho, Jesus o nosso Salvador. Obra do Espírito Santo de
Deus. De Maria, ele assume nossa humanidade para nos comunicar as riquezas da
vida de Deus. Diante de tais fatos, comenta s. Ambrósio: “Ninguém perca a
confiança ou desista das divinas recompensas”.
Nada é impossível para Deus. Inspirado
pelo divino Paráclito, Zacarias profere palavras proféticas e eleva um hino de louvor
pela obra da redenção que Deus iria realizar por Jesus, seu Filho Unigênito.
Ele traria paz e segurança a seu povo. O Espírito Divino concede a Zacarias
contemplar seu filho João como profeta, destinado a preparar os caminhos do
Messias. “Sua voz, observa s. Ambrósio, unirá julgamento e misericórdia,
arrependimento e fé”. Ele “foi uma lâmpada que precedia Cristo”, reflete s.
Cirilo de Alexandria. Jesus, o Senhor, exclama s. Beda, “nos traz a verdadeira
luz do alto. Graças a ela, são removidas as trevas do erro e nos é indicado o
seguro caminho para a pátria celeste”. Os famintos de Deus não ficarão
desapontados, pois Jesus nos revela o amor e a misericórdia divina. Anima-nos a
certeza, na fé, de que o impossível a nós é possível a Deus.
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