Reflexão do Evangelho do dia 16 de Dezembro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Domingo – 16 de dezembro
Lc 3, 10-18: Testemunho de João Batista

            O evangelista S. Lucas cita mais extensamente que Marcos e Mateus o texto de Isaías 40, dando-lhe um alcance mais amplo (rãsa sárcz). As exortações, feitas por S. João Batista, tornam-se menos inflexíveis. Elas se situam no quadro da mensagem anunciada por Jesus e o batismo de João torna-se um prenúncio do batismo regenerador do Novo Testamento: “E ele percorreu toda a região do Jordão, proclamando um batismo de conversão para a remissão dos pecados” (v. 3).
João Batista adverte os que o seguiam da iminente vinda do Messias, e urgia arrependerem-se de seus pecados e desmandos. À pergunta sobre o que deviam fazer, João responde: “Quem tiver duas túnicas, reparta-as com aquele que não tem, e quem tiver o que comer, faça o mesmo” (v. 10). Há grande boa vontade em seus corações. Eles manifestam a disposição de não permanecer só nas palavras, mas querem passar imediatamente aos atos, às obras e aos frutos. Em sua resposta, João emprega três verbos: alimentar, habitar e vestir, três necessidades básicas do ser humano, que correspondem às primeiras obras de caridade. É partilha de bens, é equidade social. Aos soldados, ele recomenda não molestar ninguém com extorsões. Recorda-lhes que a força degenera facilmente em violência e corrupção. Todos são chamados à conversão, pois ninguém está excluído do livro da salvação.
S. Cirilo de Alexandria observa: “O santo Lucas, como um hábil médico, aplica a cada doença um remédio adequado, assim também o Batista deu a cada grupo, que representa um tipo de vida, um conselho útil e apropriado. Às multidões recomendou a praticar mútuas obras de bondade enquanto se empenham na penitência. No caso dos publicanos, pôs fim à cobrança indiscriminada. Em seguida, muito sabiamente, pediu aos soldados para não oprimirem ninguém, mas contentarem-se com o seu salário”. João prepara os caminhos para o portador da paz, o Messias.
Em seguida, diante do fato de as pessoas pensarem ser ele o Messias, ele responde: “Eu vos batizo com água, mas vem aquele que é mais forte do que eu, do qual são sou digno de desatar a correia das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Ele confessa não ser digno nem mesmo de ser seu escravo e, ao dizer que aquele que vem é mais forte do que ele, João professa que Jesus reveste-se da plenitude da força do Espírito Santo. Pois nele se estabelecerá o “Reino de Deus”. E, finalmente, ao referir-se ao “batismo com o Espírito Santo e com o fogo”, ele proclama que em Jesus se dá a irrupção de um mundo novo em que todos, pelo batismo, tornam-se novas criaturas.

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