Reflexão do Evangelho do dia 23 de Dezembro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Domingo (cf. Sexta-feira) – 23 de dezembro
S. Lc 1, 39-45 -  Visitação de N. Senhora


A saudação do anjo a Maria, “Ave, cheia de graças”, salienta que a graça divina habita em sua vida, desde sempre. O pecado significa fechar-se a Deus e aos irmãos. Ao invés, o coração de Maria é voltado para o Senhor em total sintonia com a sua vontade: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade”. Não há nela qualquer sinal de egoísmo ou de fechamento aos desígnios do Pai. E por estar entregue a Deus, ela é toda disponível aos seus semelhantes. Por isso, destaca-se a presteza com que se encaminha à casa de Isabel. Imediatamente vai ao seu encontro para servi-la. Comenta S. Ambrósio: “Maria é movida pela alegria de servir, levada pela piedade em cumprir seu dever de parente e pela pressa do júbilo”. Ela é repleta de Deus no serviço a todos.
Ao vê-la, por revelação do Espírito Santo, Isabel exclama: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!” Saudação a Maria como “Mãe de meu Senhor”. Ela é, segundo a expressão hebraica do texto, “mais bendita que todas as mulheres”. Exaltando Maria, ela reconhece a dignidade messiânica do Filho.
        Maria, na grandiosidade de sua generosidade, serve sua prima. Doação graciosa e humilde, manifestada no “Magnificat”, cântico de agradecimento pelas maravilhas realizadas em sua vida: “Minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva”. A “cheia de graça” está unida ao Filho do Altíssimo, que, em seu ventre, revela-se frágil, na regência da bondade e na limpidez da benevolência.  A criatura se sintoniza com o seu Criador. “Seu Senhor e Deus” não se manifesta em majestade e força, mas na benignidade e gratidão daquele que serve. Ela acolhe “o Filho muito amado” e louva-o na jovialidade de ser como só ele consegue ser: todo serviço no amor. Na sinceridade do seu coração, Maria serve Isabel. Com o grande professor do século XII, S. Anselmo, confessamos: “Sem o Filho de Deus nada existiria, sem o filho de Maria nada seria redimido”.
Maria Santíssima coloca-se a serviço de todos, para conduzi-los ao seu Filho Jesus. Sua mediação é essencialmente mediação materna, que se repete perpetuamente através da história. No final do hino, ela evoca a promessa feita “em favor de Abraão e de sua descendência para sempre”, promessa que simboliza o universalismo do Evangelho e de sua missão mediadora na ação salvadora de seu Filho. 

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