Reflexão do Evangelho do dia 09 de Dezembro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Domingo – 09 de dezembro
Lc 3, 1-6: Pregação de João Batista
       
        O aparecimento de João Batista é prelúdio da história santa, marcada pela vinda do Messias. O campo de atuação do Precursor é o rio Jordão e seus arredores. Jesus estenderá sua ação por toda a Palestina. E os Apóstolos serão enviados a anunciar a Boa-Nova do Evangelho até as extremidades da terra, como já escreve S. Lucas, referindo-se ao profeta Isaías: “e toda carne verá a salvação de Deus”.
        João Batista prega. Ele corre à frente do Senhor e confere o batismo de penitência, como preparação para o batismo no Espírito Santo, conferido por Jesus.  A penitência, mudança completa de disposição interior, é a pressuposição para, mais tarde, chegar à regeneração, isto é, a uma vida nova. De modo incisivo, ele denuncia o pecado e anuncia a vinda iminente do Messias, que iria inaugurar o julgamento tão enfaticamente proclamado pelos profetas.  
        Uma voz levanta-se no deserto, pelo qual passam os caminhos do Senhor. Preparai-os, pois o Messias vem e com ele seu povo. Com estas palavras, João descreve o seu ministério, como o de um servo que vai adiante para preparar a chegada de seu rei. De sua voz ressoava um forte apelo à conversão e à penitência. Ele dirige-se aos fariseus, aos saduceus e ao povo em geral: “Fazei, pois, dignos frutos de penitência”. Não simples palavras de boa vontade, mas atos que produzam frutos de uma penitência interior e de uma mudança no modo de pensar e de ser. Como todo profeta, João espera que a vida deles não se resuma a expressões formais e exteriores, mas corresponda a uma vida nova. A árvore é reconhecida por seus frutos. Na áspera paisagem do deserto, cortado pelo rio Jordão, ele “prega o batismo de penitência, que leva ao perdão dos pecados” (S. Gregório Magno). Orígenes recorda que o termo “Jordão” significa descida, pois, “pelo batismo, o rio de Deus desce de Cristo” até nós.
S. João Batista prepara a vinda do Senhor. Sua pregação tem um tríplice anúncio: Ao proclamar que o Reino de Deus está próximo, ele exorta à penitência e à conversão, alertando os ouvintes do perigo de se deixarem arrastar pelo pecado. Caso suas orientações não sejam seguidas, eles serão como uma árvore, que, não produzindo frutos, é cortada e jogada ao fogo. Não se pode estar alheio à mensagem de Deus. Urge colocar-se na prática do bem e da virtude. Pois o tempo de salvação já teve seu início e as palavras de Simeão estão prestes a se realizar: Eis que vem a luz para iluminar as nações. Ela é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. 

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