Reflexão do Evangelho do dia 17 de Dezembro de 2012
Reflexão de Dom Fernando Antônio
Figueiredo para:
Segunda-feira – 17 de dezembro
Mt 1, 18-24 - Genealogia de Jesus
A importância e o sentido das
genealogias na Bíblia são bastante conhecidos. No caso presente, o evangelista
resume o Antigo Testamento a uma história que conduz ao Messias, na certeza de
que Deus dará cumprimento às promessas feitas e reiteradas desde Abraão. Em sua
fidelidade e generosidade, Deus cumpre a promessa feita a Abraão e a Davi de
enviar um Salvador e um Rei para governar a casa de Israel e para livrá-la de
seus inimigos. A concepção virginal de Maria e o seu nascimento poderiam
sugerir que Jesus fosse alheio aos laços familiares e tivesse entrado na
história do mundo sem laços físicos com a humanidade. De maneira alguma. Ele se
insere na cadeia das gerações, justamente, através de José, seu “pai” adotivo.
O fato de se referir a Abraão adquire grande
importância pela promessa, que lhe foi feita, de uma descendência inumerável. O
evangelista S. Mateus insiste que Jesus, vindo da Galileia, é descendente de
Davi e verdadeiro filho de Abraão, pai de todos os povos, pois nele “todas as
famílias da terra serão benditas” (Gn 12,3). Em Jesus, as bênçãos divinas se
estendem para além do mundo judaico e abrangem todos os povos e nações,
constituindo-os um único povo. Ele cumpre todas as esperanças postas no
esperado “Cristo” ou “Messias”. Observa S. Cirilo de Alexandria: “Abraão é
figura dos dois povos, o povo judaico e o dos gentios, que creram em Cristo”. A
longa série de gerações, citada nesta passagem, é na realidade a síntese de uma
história viva, conduzida por Deus até o nascimento de Maria e de Jesus. Destaca
Severo de Antioquia: “Ele participa da nossa natureza humana e cumpre todas as
esperanças colocadas nele. Ele é o Ungido, o Messias, no qual todas as nações
são abençoadas”.
O nascimento de Jesus é a culminância profética
e santa de toda a história, segundo os planos estabelecidos pela Providência
divina. Por isso, nos últimos versículos, S. Mateus declara que “de Maria
nasceu Jesus, chamado Cristo”, para evidenciar o escopo principal da
genealogia: a messianidade de Jesus. Ele é verdadeiramente o Messias prometido,
anunciado pelos profetas e largamente esperado. Ao dispor a genealogia em um
esquema de três períodos de quatorze gerações e em grupos de sete, ele
intenciona significar plenitude, perfeição ou totalidade. Não se pode também
descurar o fato de o nome de Davi, em hebraico, compreender quatorze letras, o
que reforça o caráter messiânico da genealogia.
Em suma, Jesus é o Filho Unigênito de
Deus, que “nasceu da família de Davi, segundo a carne” (Rm 1,3). Ele é filho de
Davi, da descendência de Abraão, o rei e o salvador da humanidade.
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