Reflexão do Evangelho do dia 13 Dezembro de 2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Quinta-feira – 13 de dezembro
Mt 11, 11-15: Jesus fala de João Batista

            Jesus se refere a João Batista como sendo “mais do que um profeta”. Ele é o Precursor do Messias. Nele realiza-se a profecia do Êxodo e de Malaquias, que anunciava a vinda “do anjo de Javé, que seria precursor do próprio Deus”. Preparando o caminho para aquele que há de guiar todo o Povo da Nova Aliança à verdadeira Terra Prometida, João Batista estabelece a junção do Antigo com o Novo Testamento. De épocas sucessivas e embora não se identifiquem completamente, eles integram a única História da Salvação. O Antigo corresponde à ordem natural, a do “homem nascido de mulher”. Expressão utilizada para designar o homem na precariedade de sua condição terrena, fraca e pecadora. O segundo ou o Novo Testamento proclama o Reino de Deus e exprime a ordem sobrenatural, à qual toda a humanidade é convocada.
Assim, considerado no quadro do Antigo Testamento, João Batista é descrito por Jesus como “o maior, dentre os nascidos de mulher”. Porém, voltando-se para o Novo Testamento, o Senhor diz que “o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”. O termo menor (mikróteros), também empregado em outras passagens, designa o “discípulo” ou aquele que, por mais insignificante que seja, acolheu a boa nova do amor generoso e gratuito do Pai e já participa do mistério da salvação. O Reino de Deus não é fruto da violência “dos que querem se apoderar dele”, mas é expressão da graça e do amor de Deus. Oferecido a todos, ele não conhece privilégios. Para Orígenes, “Jesus é o próprio Reino” (autobasileia).
         Contudo, João Batista não permanece no meramente terreno ou natural, mas, na sinceridade do seu coração, ele reconhece a verdade de si mesmo e experimenta a graça de ser amigo do Esposo. Humilde e simples, ele se apresenta como sendo tão-somente uma lâmpada, um facho que arde e ilumina. Pálida, sem dúvida, diante da Luz que é Jesus. Sua atitude, no entanto, permite-lhe ultrapassar a missão de precursor e alcançar a ordem sobrenatural do Reino. Escreve S. Cirilo de Alexandria: “Ele se torna digno de toda bênção e da posse dos ricos dons que vêm do alto, de Deus”.  A sua voz chega aos pequenos e aos publicanos, que são introduzidos no Reino, enquanto os fariseus e os doutores, “não querendo ser batizados por ele, aniquilaram para si próprios o desígnio de Deus”.     

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